quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Reflexão ou desabafo?


Todos esses acontecimentos improváveis que acabam acontecendo casualmente só existem para nos lembrar que a vida é fragil. E que não podemos disperdiçá-la sofrendo e dando importancia a bobagens. Isso parace óbvio, mas por que então insistimos em viver assim?


Somos a praga do mundo, o tumor que vai destruí-lo. Mais do que isso, somos pior, somos auto-destrutivos. Tendemos à depressão, à tristeza, é a natureza do homem ser a imagem e semelhança não de Deus, mas dos anjos caídos que vagam pela Terra espalhando o mal.

E tenho dito.

domingo, 14 de dezembro de 2008

'Meu Sonho'




Cavaleiro das armas escuras
Onde vais pelas terras impura
Com a espada sangüenta na mão?
Porque brilham seus olhos ardentes?
E gemidos nos lábios frementes
Vertem fogo do teu coração?


Cavaleiro, quem és? O remorso?
Do corcel te debruças no dorso
E galopas do vale através...
Oh, da estrada, acordando as poeiras..
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te os fantasmas nos pés?


Onde vais pelas trevas impuras?
Cavaleiro das armas escuras
Macilento, qual morto na tumba...
Tu escutas... na longa montanha,
Um tropel teu galope acompanha
E um clamor de vingança retumba...


Cavaleiro, quem és? - que mistério
Quem te força da morte no império
Pela noite assombrada a vagar?
Sou o sonho da tua esperança,
Tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!





... do genial Alvares de Azevedo


..

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Você adota problemas?


Os dias são decisivos quanto ao nosso temperamento, não?...


Me perguntaram outro dia se sou feliz e a primeira coisa que me veio na cabeça foi dizer "não, de maneira nenhuma!" .. Me arrependi de responder isso, porque poderia ter sido mau interpretada caso não pudesse me explicar, o que não foi o caso.


De fato, não sou plenamente feliz por motivos alheios ao meu dia-a-dia. Toda essa questão vegetariana, essa ideologia, são motivos pessoais de preocupação. Não só os bichos que sofrem sem poder se defender ou ter quem os defenda, mas penso bastante também naquela realidade do lado de lá da calçada... as crianças marginalizadas do meu bairro, a miséria daquelas famílias que, por um lado, sou grata por poder presenciar para construir uma visão crítica e realista da miséria, mas por outro.. me ver tão próxima e tão impotente me deixa revoltada... é difícil ser plenamente feliz se vemos que gente que não merece anda passando aperto por aí...


Mas se me perguntassem denovo, eu reformularia a resposta... eu não tenho do que reclamar da minha vida... eu tenho tudo o que eu quero, como poucos. A verdade é que eu tenho muita sorte de poder esquentar a cabeça com problemas que não são diretamente meus... diria que os adotei por falta de ter meus próprios problemas... parece cretino da minha parte, mas eu acredito estar fazendo o certo...


Me lembro vagamente da idade, mas precisamente da situação: quando era muito criança, meu tio me deu um ursinho de pelúcia. Pouco depois, meu pai deu um outro ursinho, idêntico, por coencidência. Me lembro que aconselharam que me disfizesse de um deles para doação, mas pra mim foi como um pesadelo me desfazer de qualquer um, pois pra mim eram mais que ursos: um representava meu tio e outro meu pai... e além disso, quando somos crianças os brinquedos tem vida, né... estava com dó do urso que iria descartar também, confesso, de certo imaginando que ele iria embora numa caixa pensando "Sacanagem hein Ísis!!" ..


Na noite seguinte do descarte, fui tomada por um sentimento que, não lembro ter me sentido assim denovo por outro motivo, mas foi tão intenso que sou capaz de reproduzi-lo hoje... me tranquei no quarto e comecei a rezar e a chorar baixinho, apesar dos soluços... pedia perdão, não me conformava, achava que devia ter lutado pra ficar com os dois, me sentia injusta, má.. e em seguida passei a me lembrar das mau criações que cometia contra meus pais ou irmãos... das vezes em que me senti vingada quando minha mãe castigou meus irmãos por me fazerem qualquer coisa... de repente, me sentia imperdoável por ter pego pra mim aquele bubballoo que esqueceram na beira da piscina do club, ou quando destruí um formigueiro, sapateando encima dele..pensava em cada formiguinha que morreu, desesperada, a dor que não teria sentido... cara, como criança é inocente! Eu me emociono pensando como eu era pura.. onde foi parar essa franqueza? Será que todo mundo já foi inocente assim, mesmo que cedo demais para se lembrar? Quem nos corrompe?


Hoje eu comparo as minhas atitudes com essa da minha infancia e percebo que perdi essa coisa de se arrepender de tudo o que tenha feito de errado... os adultos costumam não se culpar pelos seus erros, principalmente os menores, porque encontram motivos plausíveis para faze-los.. A gente nasce sabio e se emburrece com o tempo...

sábado, 29 de novembro de 2008

Together we stand... devided, we fall!


Já tive a oportunidade de estar em Santa Catarina várias vezes. As praias são lindas, as pessoas são hospitaleiras. Todos nós, de outros estados, lamentamos muito o que está acontecendo por lá. Mas acho legal a mobilização dos estados para ajudar Santa Catarina. Mais uma vez o Brasil dá exemplo de cidadania, de respeito ao próximo, de irmandade. Isso me fez lembrar, entre outras coisas, aquela besteira do pessoal do sul querer se emancipar do Brasil, tornando-se um país independente e tals... não vou entrar no mérito de se é possível ou não, se eles são capazes de ser um país desenvolvido e o diabo a 4... mas é bobagem separar irmãos. Por mais que seja uma questão econômica, por mais que já haja um sentimento separatista, é nessas horas de desgraças que vemos que, unidos, somos mais fortes. Não existe isso de independência: vivemos num coletivo, devemos sempre nos unir, sempre precisaremos uns dos outros. Enquanto queremos nos separar aqui, a Europa cria a união européia para justamente facilitar as coisas e diminuir a separação causada pelas fronteiras... e alias: fronteiras são imaginárias, na realidade estamos todos pisando em um mesmo chão e sob um mesmo céu. O que te faz querer se separar de outras culturas, de outros povos? O que te faz pensar que é melhor sozinho, com os seus..?


Fiquei muito emocionada quando passou no jornal nacional uma paulista distribuindo comida em santa catarina. Questionada do porque ela viria de tão longe para ajudar, ela chorou e disse "a gente se sensibiliza com a dor dos outros... não desejo isso pra ninguém!" Puxa.. uma pessoa larga tudo pra ajudar... é de uma nobreza sem tamanho. Somos todos irmãos, temos que valorizar a nossa gente, a nossa cultura, a nossa educação e nos unir cada vez mais.


Ouçam Hey You, do Pink Floyd.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Just make sure we keep... TALKING!


--- dissertação que fiz para a matéria de faculdade, Semiótica (reproduzida parcialmente para poupa-los dos termos técnicos...):

"A comunicação é inerente ao ser vivo. Todo aquele que existe no planeta necessita comunicar-se de alguma forma para o pleno funcionamento de um ciclo o qual ele se faz presente. O homem é um animal cuja comunicação é altamente desenvolvida por uma necessidade biológica de se viver em um coletivo. Assim, o homem sobreviveu às adversidades da natureza em seu período mais primitivo e se fez o mais forte dos animais devido a sua capacidade de viver em conjunto e organizar-se por meio da comunicação.
A comunicação, portanto, é o elemento-chave para a existência do homem. Com a evolução da espécie, houve a evolução também no ato de comunicar-se e, hoje, podemos observar não só uma variedade de meios, mas também uma variedade de formas as quais usamos para nos comunicar. Aí vem a função primordial da Semiótica. Captar as mensagens por traz das ideias, perceber as peculiaridades da fala, dos pensamentos humanos, fazendo da comunicação não só um instrumento, mas uma arte".

E digo mais: ontem, a fala era uma arma para sobreviver às adversidades naturais do mundo; hoje, ela é uma arma para se alcançar o poder e manipular os demais. Usamos a fala como arma para machucar as pessoas já que não nos deixam usar facas e revolveres, embora algumas vezes as palavras machuquem ainda mais do que uma facada ou uma bala.
Ontem, nos esforçávamos para ser compreendidos e se fazer entender entre os grunhidos primitivos da idade da pedra. Hoje, a dominamos e continuamos não nos fazendo entender. Ontem, gritávamos e esbravejávamos diante dos inimigos para os assustar. Hoje, o silêncio é que é assustador. A evolução da comunicação humana é plenamente perceptível, o que nos falta saber agora é se essa evolução que nos beneficiou tanto no passado não teria nos corrompido no presente, nos tornando menos expressivos do que um cachorro, que é capaz de se fazer entender com os olhos.

Ouçam Keep Talking, do Pink Floyd.

domingo, 16 de novembro de 2008

Penso, logo, existo!


Penso, logo existo.
Se lembro, não resisto. Misto de calor, de amor, de maldade,
que saudade do seu jeito frio e lindo.

Penso, logo sinto.
Minto pros outros, que não são nada. Minto pra eles porque não admito.
Minto pro sol e pra lua, mas pra você sou transparente, sou sua.
Na mente que sente o mesmo que eu e não mente.

Penso e sorrio pro rio que corre largo...
e o tchau amargo de outro dia dói no peito.
Lembro disso quando deito e também quando atendo o telefone e é você do outro lado.
Meu namorado lindo. Estou vindo a uma nova realidade, a outro plano,
meu plano tão intenso dentro de mim.. Vai ter fim?

Penso, logo choro, a hora passa...
O sol que já arde lá na avenida, mas anoiteceu pra mim.
Quero dormir. Sonho faz tempo com o tempo bom que estou vivendo..
E rio a toa.. a hora voa e sentem a minha falta,
e me falta coragem pra sair de perto dele.

Penso... Pensem junto, pensem bem:
Quem mais não quer sentir-se assim?
Quem é feliz sendo solteiro?
Se sente inteiro à meia-noite?
Se sente quente no frio noturno?
Se sente bem sem alguém ao lado?
Bem-humorado? Sem ninguém para rir junto?
E tem assunto o solitário?
Fala sozinho pelos cantos e tem medo do escuro.
Se sente só o tempo todo mesmo com todos os vizinhos.
Mesmo rodeado de amigos.
Se sente só porque o é de fato.
O cara não é nada, alguém anônimo,
sem graça.. de graça...

Penso... e desligo.

Ísis Brito.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Batalha diária dos vagalumes!



Escolhi este nome para o blog, como já disse no primeiro post, por causa de um poema que escrevi há algum tempo atrás e, não que eu idolatre minha própria arte, mas é que a idéia que o vagalume me passa é bastante reflexiva pra mim, um exemplo mesmo para muitos casos à minha volta e para mim mesma em alguns aspectos. O vagalume é um bicho impressionante, lindo, mas apenas algumas pessoas param para prestar atenção nele, já que ele só brilha anoite e está sempre tão escondido... mas mesmo com aquela luz tênue e trêmula, ele aparece reluzente no mato, na escuridão.

As pessoas, muitas delas, são assim. Elas têm uma luz própria só perceptiva pra quem é atento, pra quem gosta de observar os outros, não para apontar defeitos, mas para seguir exemplos. Algumas pessoas jamais são notadas e se sentem sozinhas. Conheço pessoas assim, que lamentavelmente não têm o valor reconhecido sabendo que são merecedoras... e conheço o oposto também, gente mesquinha e prepotente que quer aparecer mais do que qualquer outra pessoa e passa pelos outros como se não fossem nada.

Esse post é dedicado a elas, às pessoas que querem ofuscar o brilho dos outros, àquelas que não respeitam o brilho de cada um. O vagalume tem um brilho falho e tímido, mas pelo menos ele não tem medo do escuro. Quem não tem luz própria e se destaca apenas por cobrir a luz dos outros dorme no breo e sozinho. O vagalume vive em bando porque é agradável e contagiante e acima de tudo, humilde - mas não medíocre.

Resumindo (mais objetivamente), é bom você buscar se destacar em alguma coisa sozinho e valorizar o talento das outras pessoas, pois todo mundo tem algum talento. Não, você não é melhor do que ninguém, e se continuar achando que sempre vai ter um otário pra você montar encima e 'chupar' o que ele tem de mais essencial só para que as atenções se volte pra você, quer dizer que você é o pior, a coisa mais inútil que existe e não o contrário. Tem gente que se acha esperto fazendo isso ainda por cima, cara! É pra acabar com o dia de qualquer pessoa mesmo.

E só pra finalizar, parece até que essas pessoas me irritam, mas na verdade eu tenho é pena delas... no fim, essa gente faz isso porque depende da atenção dos outros pra viver... é como se vivessem em função da opinião alheia a respeito delas, e isso é triste. Gente assim não é feliz, está sempre querendo agradar, está sempre preocupada com o que acham dela, vive nessa adrenalina. E claro, vive competindo...

Creio que todos queremos ser bem aceitos pela sociedade, é normal chatear-se um pouco quando alguém te faz uma crítica, mas pra essas pessoas, uma crítica é a morte - e não costumam aceita-la, inclusive... tudo é 'inveja'. Rsrsrsrs, fods.

Bom, isso é apenas um desabafo e uma posição sobre os não-vagalumes. Passar bem.
(Desenho de Charles Steuck)

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Síndrome do Pânico


Conversando com um amigo meu na sala de aula outro dia - vejam bem, meu curso me dá abertura pra conversar na aula, já que é Comunicação Social - discutíamos sobre a morte e ele afirmou se dar muito bem com a idéia da morrer. Não que ele queira, mas, citando com as próprias palavras dele, a morte é "inerente ao ser vivo" e, portanto, devemos aceitá-la. Eu concordo, porém acrescento algo que de certa forma contradiz esse pensamento: o medo da morte é inerente ao homem. Como aceitar sofrer? Deixar as pessoas que se ama? Deixar coisas inacabadas? Toda pessoa apegada às coisas no mundo sofre muito com a idéia de morrer, e ao meu ver toda religião e fé gira em torno desse medo. Como já dizia Alanis Morissette "We have to believe in something" (nós precisamos acreditar em algo) para conseguir viver sem o peso de caminhar a um fim certo e imprevisível...

DAÍ, hoje conversei com a Maria sobre o post do blog dela SPD (síndrome do pânico). Ela teve uma crise de medo de morrer ontem e disse q inclusive é freqüente... pessoas que tem medo de morrer costumam dar muito valor a vida, eu vejo isso como algo até positivo (só é negativo quando te faz pirar, né...) Mas eu atribuo inclusive a minha escolha de ser vegetariana ao meu medo da morte.. Também costumo pensar muito nisso, e pra mim a carne é o símbolo do medo, da angústia, da morte e crueldade da vida, que é o que o animal sente ao ser abatido no caso...

Essa é uma defesa minha, mas a morte não deixa de estar presente em todos os cantos, todos os dias. É o que o meu amigo disse, a morte é inerente ao ser vivo... e digo mais: a morte está para o homem como o homem está para o medo. E vou citar mais um trecho de uma canção da banda Fear Factor, Piss Christ. "Where is your savior now?", a quem você se apega para se libertar dos seus medos? É importante dar valor a morte porque só se dá valor aquilo que você sabe que pode perder a qualquer momento, isso quanto a vida, quanto ao material, quanto às pessoas, quanto a tudo.

Pense nisso.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Um grão


Olha pro céu

E vê que a lua não é sua

Nem estrela alguma

Elas estão lá, intocáveis.


Olha para o mar

E vê que o azul não é seu

Mas você o afeta

Mas você o altera!


Olha para a mata

E vê o quanto mata

Todo dia, toda hora

O quanto esgota todo o verde


Olha para esses animais

Olha os olhos, tão iguais

Pedindo, implorando paz!

Pede mas não te impede.


E por fim, olha pra você.

Você é o que você vê

Você é o que construiu.

E também o que destruiu até aqui.


Faça as contas,

Você construiu

Ou destruiu mais?

Tanto faz, não é mesmo?


Olha pra você,

E percebe que é tão pouco..

Ainda assim, consome tanto

Deste mundo que não é seu.

O que te faz agir assim?

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O ideal ideal.

Essa postagem é destinada akelas pessoas que se perguntam como alguém pode seguir um ideal à risca renunciando coisas boas da vida. Àquelas que não entendem o sentido de se ter um sentido maior na vida.

Muitas pessoas se surpreendem quando digo que sou vegetariana. As vezes nem tanto na expressão do rosto, mas perguntas como "É dieta???", "É promessa??" ou "Mas nem um peixinho???" demonstram como não compreendem antes dos meus muitos argumentos à favor dos animais. Hoje a tortura animal não é mais mistério pra maioria das pessoas informadas, vai... comum você encontrar um fulano ou outro que é vegetariano pelos animais. Sim, existem aqueles que seguem uma moda, acham bonito, enfim, mas gente como eu que realmente dorme pensando quantos deles estarão sofrendo em algum lugar, confinados e assustados, existe também...

Existem muitos outros ideais, como os religiosos, que de fato privam o sujeito de coisas que, a principio, não conseguimos viver sem. Sexo, alcool ("mas nem uma cervejinha????"), banho, roupas (naturismo, não nudismo!), sei lá, tanta filosofia diferente por aí...

Essas pessoas não são malucas, nem iludidas, simplesmente escolheram uma forma de viver suas vidas. Não pra ser diferente, mas por realmente acreditar que aquilo serve para alguma coisa. As vezes escolher abster-se de alguma regalia que a vida moderna nos traz dói... mas desistir de suas escolhas só por ser mais fácil te faz regredir. Hoje, sinto a falta da B12 no meu sangue, sinto alguns sinais de deficiência da vitamina, sinto também saudade de quando ía a um churras sem me preocupar se vai haver opção pra mim, sinto saudade do sabor da carne ainda sangrando, sim. Mas voltar a come-los, meus animais que eu adotei... não, nunca. É mais difícil ir ao médico, pesquisar um cardápio mais completo pra que não haja falhas, pesquisar os ingredientes daquele salgado ou daquela pizza que parece maravilhosa, repôr vitaminas com injeções e pílulas... mas o caminho mais fácil não me faria dormir em paz. Não que eu durma muito em paz, porque fico angustiada em saber que eu sou só UMA vegetariana e que mesmo com toda essa luta muitos animais neste exato momento estão sendo torturados em nome da "fome" (em aspas porque hamburguer ou nuggets não é exatamente algo para saciar a fome, mas sim a gula) ou em nome da ciência (testes dermatológicos ou teses pra 'doutores'), ou em nome do luxo (grifes ridículas). Mas me faz completa... me faz orgulhosa. Mesmo que só pra mim... mesmo que ninguém esteja vendo quando abro a geladeira sozinha em casa e tem aquele presuntinho fatiado que eu poderia pôr no meio de um pão... mesmo que não vejam o quanto sou forte... eu pego minha salada e como com tanto orgulho...

Escolhas implicam responsabilidades. A dor é uma consequência e, nesses casos, inevitável. Mas a recompensa valhe a pena.



Vai uma pizza de brócolis com tomate sêco aí?

quarta-feira, 22 de outubro de 2008


Modernidade
Cazuza, mas ouçam também a versão de Lulo.


Quando fui, quando éramos
Intactos projetos imaturos
Fomos modernos
E nos couberam ternos,
Gravatas e moldura
Cultura e inferno

Fôssemos eternos...

Quando era primeiro
Primeiro certeiro amor
Era indolor querer tudo
E íamos na vida a cada fome
A cada fama

Nos couberam ternos,
Gravatas e moldura
Cultura e inferno
Quando fui, quando éramos
Intactos projetos imaturos
Fomos modernos

Fôssemos eternos...

Quando era primeiro
Primeiro certeiro amor
Era indolor querer tudo
E íamos na vida a cada fome
A cada fama
E a grama era verde...
O nosso vale
E os nossos mil metros de medo

O Silêncio das Estrelas, Lenine.

O silêncio das estrelas 
Lenine, o mestre!
  Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão 
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus.. e amanheço mortal 


E assim, repetindo os mesmos erros,
dói em mim 
Ver que toda essa procura não tem fim 
E o que é que eu procuro afinal ?  

Um sinal, uma porta pro infinito irreal 
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais
Afinal, como estrelas que brilham em paz


Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão 
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos 
Como um deus.. e amanheço mortal  
Um sinal, uma porta pro infinito irreal O que não pode ser dito, afinal Ser um homem em busca de mais Afinal, como estrelas que brilham em paz.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Qualquer Sinal



Ela é aquela cuja vida é um mistério.
Ninguém a vê, ninguém se importa, ninguém a nota.
Ela é aquela cujos sonhos são inalcançáveis...
procura não os ter para evitar frustrar-se mais.
Ela é aquela cujos homens não desejam.
Macabéa na essência, solitária, triste, vazia...
Vazia não. Cheia de traumas, cheia de medos.
Ao lhe dar uma migalha de atenção, ela se agarra... e se ilude.
Ela é aquela garota digna.. de pena.

Aquela que Deus apenas deixou escapulir para o mundo,
esqueceu-se de lhe providenciar uma missão, ou qualquer função..
Por fim... ela precisa de um rumo.
Há tempos busca algum socorro, há anos quer qualquer sinal...
de que está viva.

Ísis Brito.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Formando opiniões...


Sabe... faço jornalismo desde criança. Sempre fui curiosa, sempre fui apaixonada por todos os assuntos, sempre adorei escrever... mas acima de tudo, e isso nunca relacionei com a profissão, sempre fui boa em convencer as pessoas das minhas idéias. Influenciei muita gente. Simplesmente porque achava q tudo o que eu era e o que pensava era certo e salvaria o mundo! Faltava convencer todo mundo pra transformar o planeta naquele lugar ideal de se viver...

Relaciono hoje esse meu pensamento prepotente a profissão porque estou estudando jornalismo. Tenho na teoria o q já praticava... mas como é engraçado! Foi ver isso como matéria para entender que é uma droga ter o poder da persuasão nas mãos!

O caso de Santo André, Lindenberg (é isso?) sequestra Eloá por 100 horas porque a ama e não quer q ela seja feliz com outra pessoa - e com ctz será muito feliz com ele, como podemos notar. O fim do namoro foi um fardo pesado demais para carregar, este garoto ficou totalmente desorientado. Pobrezinho... mas mais pobre ainda é o jornalismo que transforma essas desgraças em novela! Nos primeiros dias, aquele amontoado de informações tiradas de qualquer pessoa que passava na rua sem vínculo nenhum com a história - tudo vira fonte!. Terça-feira, negada da globo e da record já até haviam se hospedado nos prédios vizinhos pra não perder nenhum lance do caso. Uma coisa bem "urubu cercando a carcaça"..

O fato é que tudo que aparece ali, o que é dito, as explicações, influencia. A forma como abordam o caso dá margem à interpretações pré-moldadas por eles próprios. É preciso saber que retemos um poder absurdo nas mãos com a mídia para poder escolher usa-la de quê forma. E questionar-se sempre: quero mesmo que todos pensem como eu? Realmente estou com a razão sempre? Meu modo de vida e as minhas escolhas de fato são um exemplo para os outros?

Duvido.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Crise nas granjas...


Há mais de uma semana muitas granjas da região estão sofrendo por falta de ração para alimentar os animais. A sanidade desses frangos está sendo afetada pela fome, fazendo com que se alimentem do plástico dos recipientes, lonas, palha existentes em seus ambientes, quando não apelam ao canibalismo em uma desesperada tentativa de sobreviver. Segundo matéria veiculada hoje na TV Tem, mais de 120 mil aves já morreram e outros quatro milhões podem morrer nos próximos dias. Isto é o que está no site deles: "Em Porangaba, alguns granjeiros resolveram distribuir os animais. O porta-malas de um carro se transformou em um viveiro. Os frangos estão na caçamba, em sacos e em caixas. Em Capela do Alto, o produtor que está sem dinheiro para alimentar as aves, dá soro caseiro. Em Bofete, pintinhos que morreram foram incinerados".

Eu lamento muito pela crise, muito mais pelos animais do que pelo prejuízo desses criadores. Há muito do que se lamentar mesmo, o prejuízo de vidas, que já estavam na verdade com destino certo não muito diferente destes. Situações desastrosas como estas ao menos levam as pessoas a olharem para o confinamento, para o desperdício, para o caos. E me fazem, principalmente, estar mais convicta nos meus ideais vegetarianos, porque, não! Eu não contribuí com isso. Elas não estão lá por minha causa. E nem para saciar a fome dos que tem fome.

Quem arca com a responsabilidade? É simples assim? Uma crise econômica qualquer mata milhares de vidas a toa em questão de dias e fica por isso mesmo?

Quem tem medo do escuro?



Gostaria antes de mais nada colocar aqui a música que inspirou o nome deste blog e que eu mesma compus há alguns meses...

"Espero estar sozinha aqui.
Vozes que eu não quero ouvir
repetem como um eco... estão dentro de mim

Ainda posso ver você
longe de tudo o que eu quero ter..
Estou só... como um sol!

Mas brilho como um vagalume,
solitária e não se assume...
Um sol envolvido por milhares de sombras...

Você não vê o quanto eu amo...
A você e a mim mesma,
esqueço que o sol brilha pra todos.

Gritos surdos, eu escuto...
Quem aqui tem medo do escuro?
Estou só neste breo..

Rodeada por sombras sombrias eu sinto
ser vigiada agora e não minto,
canto por fora, grito por dentro!

Cega diante de tantas luzes...
Nega o sangue, eles induzem
a ser exatamente o que querem que seja!

Deus, porque não sou como o sol
que brilha imponente, sozinho no céu..
E não ama ninguém?

Deus, porque não me ensina a aceitar
ser só como o sol mas falhar em brilhar?
Os vagalumes aparecem apenas quando a noite cai."
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