segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Desencanto

À um ano do término do meu curso de jornalismo, muitas das minhas antigas ideias, definições, conceitos e tudo aquilo que eu trazia genuíno dentro de mim foi sendo desmistificados, para a minha tristeza. As muitas e diferentes "fés" que depositava no ideal jornalístico, todo o romance que via na vida daqueles que lutam diariamente pela verdade... muita coisa mudou na minha cabeça. Complicado.


A ideologia inicial ainda vive em mim, eu não perdi a paixão pela beleza da profissão. Eu não. Mas a verdade é que me dá medo ver algumas pessoas que serão jornalistas, que estão ali comigo, estudando para isso. Que já hoje não têm ética, respeito, já não têm amor. Hoje, que não são nada. Mas um dia serão, terão o poder nas mãos, o poder de manipular e definir opiniões, e que buscarão uniformizar as ideias do povo com as suas, que são tão tortas, tão distorcidas.




E então, eu tenho medo. E se eu tenho medo - conselho - tenham também.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Um dia estranho.


Me sinto estranha hoje... uma estranha no meio dessa civilização. Estou em casa, mas não sei como cheguei até aqui. A chave e o carro na garagem indicam que dirigi, e bem, agora me lembro que sim, mas os pensamentos não me deixaram prestar atenção no percurso...
Pensei em tanta coisa que nem me lembro mais... apenas um pensamento me vem latente: a de que perdi você. De alguma forma. Um lado seu que conheci muito bem se perdeu dentro de mim, e existe só na minha memória. Como isso foi acontecer? Deve ter sido minha culpa, sempre é.
Não me arrependo de absolutamente nada, não posso dizer que não sou feliz. Apenas fico confusa as vezes, mas passa. É que essa confusão cansa, sabe? Fico imaginando como na madrugada deserta as ruas parecem enormes, de repente a cidade fica perturbantemente silenciosa. É a cidade que fica triste ou sou eu?
E logo penso que não voltaria atrás em nenhuma decisão que tomei até hoje. Porque tenho a profunda certeza de ter agido com sinceridade. Não houveram trapaças, não houveram mentiras, talvez algumas omissões, mas mentiras, não. E afinal, só acredito em maldade quando vejo crimes contra animais, mas a falsidade e a inveja seriam apenas carências humanas, pessoas dignas de pena. Será que tudo se justifica? Por que não?
Hoje eu me sinto estranha. Uma estranha na minha própria casa. Olho minhas mãos, com tantos dedos, tão afastados e independentes, que coisa estranha, meu Deus! E, ao mesmo tempo, as acho bonitas, mas deve ser porque estou familiarizada com elas, nada mais. Digito com esses dedos os números de um amigo no telefone, e imagino como não teria sido linda a grande mágica da evolução humana que nos permitiu desenvolver dialetos e sistemas tão complexos para nos comunicar. É um milagre.
Me sinto estranha, mas me sinto bem. Esse tipo de estranhamento faz parte do que eu sou, eu já não devia me assustar mais.
Mas é que, sabe... isso cansa.

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quinta-feira, 13 de maio de 2010

A primeira amnésia a gente nunca esquece...

...E essa é a mais pura verdade.







Uma vez alguém me disse que é indelicado falar por telefone o que não se tem coragem de dizer ao vivo. Que isso é sinal de covardia e insegurança, e que nada substitui o calor humano.


Fico pensando que se a distância influencia no valor da mensagem, do afeto, então não mande mais flores com bilhetes, não mande mais emails, não visite mais túmulos, não visite mais lugares que te leve a memória a alguma pessoa, não faça mais nada à distância.


Se você consegue perceber que, ao olhar uma fotografia de quem se tem muitas saudades, o afeto, o sentimento ali é tão grande quanto no momento da foto (ou maior!), você consegue entender que a distância não representa nada. Que um email pode ter sido a forma que aquela pessoa conseguiu se expressar, mas não por sentir menos do que se fosse ao vivo...


Acontece que a sua presença pode ser algo indesejável. Não por você ser indesejável, mas todos passamos por situações em que a solidão ou a privacidade são fundamentais... em que estamos com alguém com o qual queremos ficar a sós, em que estamos mergulhados numa banheira e nos nossos pensamentos, em que estamos usando aquela roupa que não queremos que ninguém veja mas que amamos, em que estamos nos divertindo sozinhos, em que estamos chorando e não queremos ver ninguém... são tantas as possibilidades em que você deve ter cuidado para não interromper... tudo é lição.


Sempre tente avisar aquela pessoa que você quer visitar, evite surpresas (para ambas as partes) e mande mais abraços a distância, abraços nunca perdem o calor, não importa a maneira.



Sei lá.



**Ouçam Nostalgia, de Yanni:
http://www.youtube.com/watch?v=7bNal4-amdE
O negócio pega mesmo depois do 2'28" neste vídeo. Lindo!

***O bilhete que eu escrevi lá em cima é dedicado ao meu namorado, que está na maioria dos dias longe de mim, mas sempre do meu lado! E me bate uma saudadiii... ^^
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terça-feira, 4 de maio de 2010

Para meus amigos.

Olha, tem momentos na vida em que a gente precisa de um tapa na cara pra dar uma acordada. São tantas coisas todos os dias, pessoas, tarefas, a necessidade de ser competente, a necessidade de estar no topo em todos os sentidos e ser apenas um ser humano no final do dia... as vezes deixamos certos assuntos pendentes e cometemos erros sem nos dar conta.

Esse post é dedicado aos meus amigos.

Não aqueles que me dedicam um "oi" diário por pura obrigação, mas aqueles que esperam algo real de mim ou ser algo real para mim.


Eu espero de todo coração que me perdoem pelo meu egoísmo em tantas vezes estar ocupada demais pra abrir um sorriso, pra dar a atenção que vocês merecem de saber dos seus problemas, de não ter a paciencia que muitas vezes me dedicam. Eu não sou ninguém sem as pessoas que me querem bem, sem o amor que tenho pelos meus amigos, pq é isso que me mantém feliz e motivada. Sem isso não sou nada.

Quando me pego triste por qualquer motivo, eu presto atenção na minha vida e tento entender por quê. Se eu tenho pessoas como vocês, eu não preciso de mais nada, posso me considerar uma pessoa com muita sorte e muito abençoada. Com tantos defeitos, tanta teimosia e tantas manias irritantes, como posso ter amigos? Só a sorte explica! rsrs


Hoje eu li uma carta que me deu um chacoalhão. Que me mostrou que as vzs a gente negligencia pessoas que não merecem nossa indiferença. Por besteira, por nada, a troco de nada. E eu não quero ser isso, ser assim. Nunca mais.

Eu colho o que eu planto, e isso também explica alguma coisa. Todos vocês terão uma amizade sincera e real de mim. É o que prometo.






**Ouçam Brothers in Arms, de Dire Straits.

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Outras Isabelas...

Recebi um email com esse poema e resolvi reproduzi-lo aqui no blog. Ando sem tempo para escrever, infelizmente... =/





Balada para Outras Isabelas




Meu nome não é Isabella


Nem caí do sexto andar


Será que pensaram, os insanos


que ela sabia voar?




Não moro num apartamento equipado


Não tenho brinquedos nem piscina pra nadar


Eu brinco as vezes nas poças de chuva


Com gatos, latinhas, bolinhas de gude,


Isso quando não tenho que trabalhar.




Não sei dançar e não brinco como menina educada.


Porque aprendi desde cedo, lá no morro onde nasci,


Que não importa o sexo da criança, menino ou menina,


a experiência é viver o teatro da sobrevivência.




Não me chamo Isabella,


nem fui morta (ainda) pelo meu pai ou madrasta.


Mas morro um pouco a cada dia,


Quando sou espancada.




E morro também engasgada assim,


Obrigada a me calar quando tenho


mãos sobre mim.


Nem sempre a me sufocar, mas explorando


de um jeito esquisito que nem entendo direito,


no meu corpo sem contornos.




Meu nome não é Isabella.


Não tenho cabelos lisos e nem olhinhos espertos.


Meus olhos são opacos, talvez


por não querer enxergar minha realidade.




Também não faço teatros no palco da escolhinha.


Isso não é pra mim.


Quando vou a escola, é somente para


comer a merenda que me dão.


Muitas vezes em casa não tem sequer pão.




O mãximo que sei fazer é correr


morro abaixo, morro acima, entre os carros dos sinais.


Para ganhar um trocado ou fugir dos adultos


que insistem em me machucar.




Eu não me chamo Isabella.


Mas assim como ela (ou até mais!)


eu sofro, e diariamente.


Tenho marcas de pancadas, queimaduras de cigarro,


tenho ossos fraturados, boca sangrando, hematomas


que mãos e pés gigantescos me provocam sem motivo.




Não morri como Isabella.


Ainda não... mas irmãos,


amiguinhos, conhecidos,


eu sempre vejo morrer.




Quem matou? Nunca se sabe.


'ele caiu', 'tropeçou', 'queimou-se por acidente'.


'Estuprada? Coitadinha', 'não fui eu' diz o padrasto.


'nem eu' diz a mãe omissa,


e eles não tem quem reze a eles uma missa.




Eu não me chamo Isabella.


Sou Maria, Rita, João,


sou Josefina, Mirtes,


Paulo, Sebastião.




Sou tantas e tantas crianças que todo dia


a omissão de todos deixa morrer.




Engraçado é que ninguém faz passeata por mim.


A imprensa não divulga, o figurão não se importa.


A classe média não grita.


Os ricaços dão de ombros.




Que hipocrisia é essa de chorar por uma só?


São tantas Isabellas vioentadas sem dó...


Mas que importa os escombros, a escória da sociedade?


Se não me chamo Isabella, não mereço piedade.


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terça-feira, 13 de abril de 2010

Leis de Murphy...

Edward Murphy foi um engenheiro aeroespacial americano da década de 40. A partir de uma apresentação frustrada de um resultado de testes de tolerância à gravidade por seres humanos (graças a falha de organização da equipe), o engenheiro soltou a pérola que se transformou em um dos mais populares ditados brasileiros: "Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará!"


Edward morreu em 1990, mas suas palavras ficaram eternizadas em todo o mundo e principalmente no Brasil, o país onde acontece mais ironias do Universo... ¬¬


Em homenagem ao engenheiro Murphy, irei reproduzir um email que recebi (e que você provavelmente já recebeu também) com doze das leis que regem nossas vidas!





Leis de Murphy




1 - Lei da procura indireta.
1.1 - O modo mais rápido de se encontrar uma coisa é procurando outra.
1.2 - Você sempre encontrará aquilo que não estiver procurando.


2 - Lei do Esparadrapo.
2.1 - Existem dois tipos de esparadrapo: o que não gruda e o que não sai.


3 - Lei da Vida.
3.1 - Tudo que é bom na vida é ilegal, imoral ou engorda.
3.2 - Uma pessoa saudável é aquela que não foi suficientemente examinada.


4 - Lei da Atração de Partículas.
4.1 - Toda partícula que voa sempre encontra um olho aberto.





5 - Lei da Telefonia.
5.1 - Quando te ligam:
5.1.1 - Se você tem caneta, não tem papel.
5.1.2 - Se você tem papel, não tem caneta.
5.1.3 - Se você tem ambos, não te ligam.
5.2 - Quando você liga para números errados de telefone, eles nunca estão ocupados.
Parágrafo Unico. Todo corpo sentado no vaso, mergulhado em uma banheira ou debaixo do chuveiro faz o telefone tocar.



6 - Leis das Unidades de Medida.
6.1 - Se estiver escrito "Tamanho Único" é porque não serve em ninguém, muito menos em você.




7 - Lei da Gravidade.
7.1 - Se você consegue manter a calma enquanto todos à sua volta estão em histeria, provavelmente você não está entendendo a gravidade da situação.



8 - Lei dos Cursos.
8.1 - 80% da prova final será baseada na única aula a que você não compareceu e no único livro que você não leu.




9 - Lei da Queda Livre.
9.1 - A probabilidade de a fatia de pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é proporcional ao valor do carpete.
9.2 -Qualquer esforço para agarrar um objeto em queda provoca mais destruição do que deixá-lo cair naturalmente.



10 - Lei das Filas e Engarrafamentos.
Parágrafo Único. A fila do lado sempre anda mais rápido.





11 - Lei da Relatividade Documentada.
11.1 - Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual.


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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Lá vamos nós outra vez...

Começo do ano passado, Wilson Moreira Marçal, de 24 anos, foi preso acusado de matar o irmão, Luciano, de 16. As causas do assassinato, segundo o próprio acusado, teria sido por vingança. O rapaz de 16 anos era viciado em drogas e teria roubado a casa do irmão para pagar dívidas. Revoltado, Wilson planejou tudo com um comparsa. Luciano foi morto a facadas e pedradas depois de ser atraído pelo irmão e o amigo até uma fazenda onde, supostamente, os ajudaria a carregar uma moto furtada. Após o assassinato, o pai da vítima e do assassino, Tavarino Marçal, ajudou a remover o corpo do local do crime e a esconder na casa de Wilson. O pai foi indiciado por ocultação de cadáver.

Este ano (mais precisamente no sábado passado), Elvis Prado Miranda, de 25 anos, matou a mãe, de 47 anos, e o irmão, de 15, também a facadas. O motivo não foi revelado, mas conhecidos do rapaz dizem que ele é usuário de drogas e estaria sob o efeito delas ou em crise de abstinência. Ele já vinha esfaquiando os cães de seu bairro e já tinha passagem na polícia por furto de veículos e tentiva de homicídio contra seu padrasto. Sua conduta agressiva já vinha preocupando a família, que já havia o internado em uma clínica de reabilitação, sem sucesso. Os vizinhos contaram que ele tinha fama de ser "louco"...


Esses casos, bem parecidos, tem a distância de um ano, mais ou menos. Tantos outros aconteceram nesse meio tempo, parecidos ou não, mas queria chamar a atenção para o seguinte: estes dois fatos casuais são um reflexo da falta de estrutura familiar que existe no país. Não são casos isolados. A sociedade tem responsabilidade sobre eles, assim como o poder público e a mídia. Essas são apenas duas famílias como tantas outras: humildes, adolescente viciado e sem atenção de autoridades competentes para o orientar, um irmão desorientado que cujas companhias ajudam a matar, um pai, uma mãe sem dissernimento para enfrentar uma situação dessa. Duas famílias desestruturadas, cheias de problemas e invisíveis, como tantas outras milhares. A classe social em que essas famílias se definem não justifica a atitude desses jovens, e sim, a falta de educação, de valores, que acometeu também o famoso caso Richthofen e o de Eloá... tantos exemplos poderíamos citar de falta de humanidade, de amor entre os seus, entre familiares...


A punição destes rapazes não é a cadeia, muito embora ela seja fundamental para que nos sintamos justiçados. A punição deles será a culpa, coisa que poderão jamais sentir uma vez que os laços de igualdade, fraternidade, respeito estão desatados na mente destes garotos. A punição ideal seria fazê-los perceber o que fizeram e que as perdas materiais não valiam a vida de seus irmãos ou de uma mãe ou de qualquer outra pessoa ou qualquer ser vivo (pobres cães vítimas da ignorância humana).


Que a moral sem moralismos e a ética humana, familiar, sejam revistos por todos. A falta de exemplos é o que dissemina o crime pelo país.


*Ouçam Ódio, da banda Luxúria.

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domingo, 14 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Dica de Leitura - o Homem que Calculava.

"O homem só vale pelo que sabe. Saber é poder."

Esta é só uma das muitas valiosas citações feitas por Beremiz Samir, o Homem que Calculava. A estória se passa em Bagdá, no séc. XIII, sob a narrativa de um amigo próximo de Beremiz, Hank Tade-Maiá.

Beremiz é um jovem da Pérsia que tem uma habilidade singular com os números. Aprendeu ainda menino a usar a lógica e se familiarizar com os cálculos, o que lhe transformou em um matemático brilhante. Junto com Hank, vai à Bagdá e enfrenta muitos desafios
matemáticos e, aos poucos, vai conquistando a admiração de todos e a inveja de alguns, não só por sua incrível capacidade intelectual, mas por sua humildade, educação e devoção à Allah!


O autor Julio César de Melo e Sousa (1895 - 1974), mais conhecido pelo heterônimo "Malba Tahan", nasceu e viveu no Rio de Janeiro. Formou-se Engenheiro Civil e tornou-se um ilustre professor de Matemática no Colégio Pedro II, do Rio. Ficou famoso no Brasil e no exterior por suas palestras em torno dos cálculos, mas mais ainda por seu pseudônimo, que lançou diversos livros de contos e romances com matemática como tema. No Brasil, o dia de seu nascimento, 6 de Maio, foi decretado como o Dia do Matemático. O Homem que Calculava foi lançado em 1939 e hoje já está na sua 75a edição.


Opiniões pertinentes (ou não):


Prós: A estória se passa na era medieval árabe, por tanto, muitas curiosidades da época são reveladas em linguagem muito simples. Muitas questões matemáticas para quem gosta de lógica e existem informações históricas e religiosas (sobre o islamismo) por todo o livro. Tem romance, tem suspense e é um livro muito inteligente. Muito bom pra quem tem dificuldade com a matemática e interesse sobre o assunto.

Contra: O livro possui 35 capítulos, porém cada capítulo tem cerca de 2 páginas apenas, portanto, é uma história relativamente curta, que você se surpreende ao ver que já acabou. Pra quem não suporta problemas de lógica e cálculos, cada página tem um cálculo, talvez não goste muito uma vez que o livro tem pouco enredo e muita matemática.

Ponto Alto da Obra: Com certeza, os cálculos! Os problemas que surgem no nosso dia a dia, os quais muitas vezes basta só um pouco de lógica para resolver, outras vezes pensamos ter resolvido e resolvemos errado, problemas aritiméticos famosos que muitos não sabem até hoje a solução, explicados de forma muito didática e simples pelo protagonista, de forma que uma criança é capaz de entender. O livro prega um moralismo condizente com a época da estória, porém, ao contrário do que se possa imaginar, contém citações, versos famosos e ditados árabes muito sábios e úteis que se mantém atuais para a nossa geração. O livro faz o leitor refletir e admirar os números e os cálculos.

Bom, só pelo fato de ser um clássico, não deve ser ignorado! ^^


"A Geometria existe por toda parte. Porém, é preciso olhos para vê-la, inteligência para compreendê-la e alma para admirá-la." Beremiz Samir.
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Sua cama.


Ela está deitada em sua cama,

e está pensando em você.

Por horas ela pensa e tenta explicar.


Envolvida em memórias

de lugares e pessoas..

Sorrisos que jamais aparecerão denovo.


Ela chora sozinha,

está tentando dormir,

está cansada de questionar,

mas fica repetindo o mesmo erro.


E ela finge estar bem,

"só tem sido um dia ruim..."

Mas ela está perdida em seus pensamentos,

enquanto as lágrimas rolam uma atras da outra..


E tem sido noites difíceis...

Tem havido tantas mentiras...

Contadas por ela, contadas pra ela,

ela não quer acreditar, como a realidade dói!


Ela vai tentar esquecer.

Ela tem vivido o passado,

porque a realidade é difícil

e o coração dela não suporta mais...


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Poema escrito por mim, em 2006, sobre a vida alheia... ^^


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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Ansiedade.

Fim do ano passado, eu descobri que se pode ser doente sendo saudável.

Há cerca de dois meses e meio, venho sofrendo de crises de ansiedade, que deve ser encarado tão seriamente quanto uma doença física apesar de se tratar de um estado emocional.
Eu não conhecia isso e fiquei muito assustada quando descobri o causador de tanto mau estar. Sempre suspeitei que andava, há bastante tempo, estressada e que um dia isso iria me prejudicar, mas fui protelando até que o prejuízo apareceu. Essa "doença" é bastante comum conforme soube mais tarde, depois de iniciar o tratamento e ler bastante livros sobre o assunto. Na internet, achei pouca coisa que realmente informava de cabo a rabo sobre esse assunto, então decidi escrever sobre ela para ajudar as pessoas que tenham sentido as mesmas coisas que eu.

Pessoas que sofrem desse mal costumam sentir tonturas, falta de ar, batimento cardíaco acelerado e/ou mais forte, sensação de adrenalina ou angústia sem motivo, medo, entre outras sensações desagradáveis.
O tratamento varia conforme a gravidade, entre terapias com um psicólogo, ansiolíticos suaves, até tratamento psiquiátrico e remédios mais fortes.
Esse estado emocional é conhecido como "Transtorno da Ansiedade", e é antecedido pelo estresse. Costuma evoluir para uma Síndrome do Pânico e, posteriormente, para a depressão, se não tratada previa e seriamente. O tratamento psicológico é fundamental e o remédio, em alguns casos, são inevitáveis. Porém, para aqueles que tem preconceito contra remédios, saibam que hoje em dia existem pílulas específicas para a ansiedade, que de forma alguma causam dependência e ajudam (e muito!!) na cura, que deve ser acompanhada por um psicólogo ou psiquiatra.

São raros os casos em que esse estado dure muitos anos. Costuma ser apenas uma fase difícil em que a pessoa guardará como uma vaga recordação depois de um tempo. Já soube de casos em que as crises duraram meses, e casos de que a pessoa foi ao psiquiatra duas vezes: na consulta e no retorno, fazendo com que a terapia durasse apenas uma semana - e isso bastou para nunca mais sentir nada.

Mas o mais importante é entender o porque isso acontece, de onde vem essa sensação.
O ser humano evoluiu com o passar do tempo, mas há algo dentro de nós que acompanha nossa genética desde o estado mais primitivo do homem: a resposta de "luta ou fuga". É um estado emocional inerente à qualquer coisa viva na face do planeta, o instinto de sobrevivência. Graças a esta resposta do cérebro é que detectávamos o perigo e lutavamos contra ele ou fugíamos nos primórdios da humanidade. Porém, com a modernidade, em vez de lutarmos contra ou fugirmos de um leão, nós temos que suprimir essa sensação diante do nosso chefe de trabalho, ou de um bandido, ou de qualquer coisa que nos cause a vontade de bater ou correr, que encaremos como "perigo". Isso causa o famoso Estresse, que resumindo, é o estado contínuo da supressão do ímpeto de lutar ou fugir. O estresse causa diversos males à saúde, como o aumento da pressão sanguínea, aumento dos batimentos cardíacos, e com o tempo, podem surgir doenças físicas permanentes, como a hipertensão. Mas esse não é o caso de quem tem ansiedade ou síndrome do pânico ou mesmo depressão. Esses últimos também são consequências, mas não necessariamente vêm de um "estresse contínuo". Muitas vezes vêm depois da perda de alguém próximo, de um trauma em um assalto ou coisa do tipo, depois de uma situação em que a pessoa sentiu-se insuportavelmente impotente. E o que é pior, muitas vezes elas aparecem muito tempo depois desse "trauma", quando a pessoa pensava que já tinha superado ou que o trauma já estava muito bem guardado dentro de si. Quem estaria mais apto à detectar a causa e curá-la dentro de você é o terapeuta.

E para finalizar, ouvi dizer que a meditação e a fé ajuda muito na cura da ansiedade, mas esses meios devem ser apenas paliativos (não devem substituir o tratamento, mas mais uma "ajudinha"). Concentrar-se em algo que te fará esquecer seus problemas atuais, 20 a 40 minutinhos diariamente, que seja rezando ou focando-se em um som ou palavra, sentando-se confortavelmente em um ambiente tranquilo e silencioso, reduz os batimentos cardíacos, pressão sanguínea e respiração consideravelmente. Isso, com o tempo, passa a ser extremamente benéfico para a saúde num geral, porque descansa o coração! ^^ (isso tudo segundo pesquisas sérias feitas sobre a "Meditação Transcedental", que é a forma de meditação evocando um ser divino ou não, realizados por diversas culturas milenares, como o Yoga por ex.).

Atitude Passiva sempre também ajuda.
*Ouçam The Voice, de Celtic Woman - música tema da linda estória de amor entre o humano Aragorn e a elfa Arwen, de senhor dos anéis. Porque sair da realidade não tem nada demais e você vai amar quando conseguir.
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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Dica de Leitura - O Coruja

O Coruja, de Aluísio Azevedo , é a estória de dois amigos de mundos opostos que vivenciam juntos as adversidades da vida, o dia a dia do Rio de Janeiro do séc XIX. André Miranda de Melo e Costa , a quem apelidaram "Coruja", é um órfão feio e inibido que a todos causa repulsa e que, graças à hostilidade do mundo, cresceu sendo protetor dos oprimidos e muito voltado à bondade e honestidade - mesmo quando todos ao seu redor o julgam mau caráter.
Já seu único amigo, Teobaldo Henrique de Albuquerque, é o seu oposto: a própria personificação da retórica, da aristocracia, da simpatia, da beleza. É amado por tudo e por todos, o que o faz amar a si próprio acima de tudo. O jeito inibido de Coruja causa admiração em Teobaldo, assim como a amabilidade de Teobaldo conquista a confiança de Coruja, fazendo nascer aí uma amizade quase que de irmãos. Eles passam a morar juntos quando vão pra faculdade, mas personalidades tão distintas tomam rumos diferentes a partir daí, sem que os laços dessa forte amizade se desatem jamais.

Este é um romance folhetinesco e a riqueza de detalhes é o que dá o brilho à obra, remontando o cenário carioca de 1800.

Opiniões pessoais pertinentes (ou não):

Prós: Pra quem não gosta de palavriado muito complexo, este livro escrito há quase dois séculos é de leitura fácil, e uns termos ou outros muito diferentes são facilmente decifrados pelo contexto. É até possível se divertir vendo como, por exemplo, as pessoas se ofendiam naquela época!

Contras: É um folhetim, uma novela, dramalhão de época. Por tanto, muuuuito descritivo. Alguns capítulos chegam a ser cansativos tamanha a quantidade de detalhes, tanto dos espaços físicos como das análises de caráter dos personagens.

Ponto Alto da Obra: A estória é uma pesada crítica à sociedade, acentuando a falsidade humana e a corrupção da moral. O livro todo descorre sobre julgamento pelas aparências e a negligencia de valores como o amor e a amizade. O autor ainda faz menção à importância dos laços familiares e amorosos e à educação infantil, uma vez que o rumo das vidas dos personagens é determinado pelas experiências que viveram na infância.

Enfim. Recomendo! ^^
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