sábado, 31 de março de 2012

A minha verdade.

Olha pra mim e decifra o que eu sinto, se for capaz.

Da mesma forma que você tem tanta lucidez para me julgar, deveria também ser capaz de saber o que está acontecendo aqui dentro.

Não, você sequer imagina.
Você não sabe o que eu passei até aqui, todas as experiências que eu vivi longe de qualquer observador, sozinha no meu quarto ou em qualquer outro lugar.

Você não sabe o que eu já pensei e já quis. Você não pode supor como me sinto. Nem mesmo eu própria consigo contabilizar o quanto já sofri e já sorri. Então quem é você para tentar me classificar? Para me rotular?

Hoje eu estou liberta de antigos preconceitos que eu carregava. Hoje eu estou livre. Justamente por sofrer na pele o que é ser pré-julgada por pessoas que não tem qualquer ideia de quem sou eu. Não, andar comigo não significa que me conhece. Ouvir minhas confidencias, tampouco.

Posso apenas te dizer que tudo aquilo que eu experimentei me transformou. E a pessoa que eu sou agora não vai ser aquela do futuro com certeza. Tudo é um ciclo, mas os rótulos que lhe pregam ficam para sempre na cabeça das pessoas medíocres, e você acaba carregando aquilo até que 'prove' o contrário, mas este não é o meu caso. Não vou provar nada para ninguém. Para quê (ou melhor, para quem) eu faria isso?

Esse é só um pequeno desabafo sobre algo que me incomoda muito: pessoas que cuidam da sua vida e te transformam numa espécie de 'exemplo do que não fazer'. Como se as minhas atitudes devessem ser estudadas por curiosos, como se eu quisesse ser exemplo de bom comportamento pra alguém. O ditado que diz 'Faça o que eu digo, não faça o que eu faço', bem, esqueça ele, não faça nada que eu diga ou faça, viva a sua vida e seja original, só pra variar...

**Ouçam My Truth, da Robyn, que diz sabiamente exatamente o que eu tentei falar aqui.
"My truth, your truth, his truth, her truth, it doesn't matter as long as is true!"

quinta-feira, 29 de março de 2012

A saber...


Aquelas pessoas que sofrem com o Transtorno Ansioso ou crises de Pânico, gostaria de publicar aqui a minha experiência pessoal nesses quesitos para que vocês se informem um pouco melhor sobre o assunto.


O que é e quais os sintomas eu já postei há alguns anos atrás (para lê-lo, clique aqui), agora quero apenas descrever no que deu toda a bagunça emocional.

Bom, ao ser diagnosticada com Transtorno Ansioso, passei a fazer terapia (que durou cerca de um ano com uma psicóloga show de bola) e a tomar um remédio de nome Citalopram (20mg, os quais foram ingeridos ao longo de dois anos) - nos primeiros meses eu tomava também meio comprimido de Alprazolam 5mg.

O psiquiatra, inicialmente, disse que eu poderia tomar esse remédio a vida toda, e eu interpretei mal. Assim como você, eu entendi que seria obrigada a tomá-lo todos os dias da minha vida para todo o sempre, mas não: ele quis dizer que minha relação com os remédios calmantes poderiam ser eternos, mas com pausas, uma vez que as crises vem e vão conforme minha situação emocional.

Eu já tomava há algumas semanas o Alprazolam quando comecei a tomar o Citalopram. Tive fortíssimas "reações adversas", tanto que achava que ía morrer e isso acentuou ainda mais o meu pânico*. Apenas continuei a tomar o remédio porque minha psicóloga me convenceu para tal... e aos poucos, depois de alguns dias, já não sentia qualquer mal estar vindo do remédio.

Meus amigos... o que eu presenciei por cerca de dois anos foi a possibilidade da vida perfeita. Assim que meu corpo se adaptou ao remédio, não só não senti mais qualquer sintoma de ansiedade (na verdade, algumas vezes no período da TPM me vinham sensações como friozinho no estômago, mas bem sutis), como tudo no mundo parecia caminhar da forma correta e todas as pessoas se tornaram agradáveis e compreensivas. Me senti mais corajosa, dei passos importantes na minha vida e até oportunidades (de emprego, por exemplo) surgiram para mim. Como se tudo na vida dependesse do seu estado de espírito, que por sua vez, depende do estado químico do seu corpo.

Os únicos momentos tensos para mim eram as vezes em que percebia que o remédio estava acabando e eu não tinha certeza se daria tempo de mandar manipular mais, já que a ideia de ficar sem eles me apavorava. Mas mesmo quando eu ficava um dia ou outro sem remédio, não sentia qualquer sintoma da ansiedade. Minha maior prova de que estava curada foi quando fiquei 4 dias sem eles e passei-os muito bem.

Eis que em dezembro do ano passado, eu não percebi que meu remédio estava acabando e, quando acabou, eu corri para o telefone para tentar marcar a consulta no psiquiatra para que ele, então, fizesse a receita para que eu pudesse ir correndo comprar. Mas descobri que ele estava de férias e todos os psiquiatras que eu pude contatar possuíam vaga para consulta apenas perto de Abril. "É o meu fim", pensei...

Pois bem, estou, desde então, sem o remédio (ou seja, quase 5 meses sem o remédio) e não tive nenhum sintoma de crise de ansiedade até agora. Nas primeiras semanas, eu me sentia levemente enfraquecida, como se estivesse 'gripando', mas isso sumiu. Porém, a vida se tornou cinza novamente... tudo parece difícil de novo, minha tolerância e paciência com as pessoas voltou a ser mais curta, voltei a ficar medrosa, voltei a ter problemas para dormir, a ter pesadelos, enfim, tudo voltou ao normal.

O remédio não gera dependência física e para todo mundo que me pergunta, eu recomendo. Mas que dá saudade dele, isso sim.

*Reza a lenda que ele me causou tanto mal estar nos primeiros dias por conta da minha dieta da época: eu era vegetariana e voltei a comer carne para diminuir o ritmo do meu organismo.

Agora estou um tanto confusa se devo ou não voltar a tomar... mas eu irei ter uma consulta com o psiquiatra para que ele decida o que é melhor para mim, de repente um simples fitoterápico já está de bom tamanho.

Espero ter ajudado alguém com essas dicas, elas são raras na internet e quem tem ansiedade, tem pressa para saber mais sobre essa doença...
O mais importante é ter plena consciência de que todas as sensações horríveis que sentimos está na cabeça e que se você se concentrar em outra coisa, elas somem. Trabalhar a mente é, muitas vezes, ainda mais vantajoso que trabalhar o corpo.

**Ouçam 'Spirit of the Plants', da Lisa Thiel. É um mantra muito bom para meditação, ajuda a diminuir a ansiedade, especialmente se aprender a cantar junto! :)



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